sábado, 6 de março de 2010

pequenos ― e constantes ― delitos

Samba?
poesia não cede
nem cedo
de
pura
eu
muitas vezes via
a ínvia
impossível vida
e você a me dizer
apura
no plantio da sensimilla
o chulé verbal
dos vãos trocadilhos
e nessas o poeta
submerso em bruxarias
sua
para pagar o condomínio
sua luz bruxuleia
incerta
seu andar de sátrapa
e os carnês todos atrasados
ainda assim
poeta que é poeta não abandona
existe de pura
teimosia
homero sexual
humilhado
pela nossa cegueira
sem nada
ou ninguém que o valha
o velho lear
insiste
enche o saco de meio mundo
em êxtase
diz a todo momento que a poesia
é uma forma rara
um acidente
do lugar
comum

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