sábado, 6 de dezembro de 2008

o livro de bolsa da mulher moderna...



Rainhas do Romance
Autoras best-sellers
Histórias consagradas


Romances Históricos
Medieval
Regência
Heroínas que desafiam a tradição
Guerreiros das Terras Altas
Nobres
Cavaleiros


Desejo
Emoção
Sedução
Família
Poder e negócios


Desejo Fuego
Romances modernos
Relações ardentes


Paixão Sexy
Romances contemporâneos e picantes
Cenários urbanos


Paixão
Cenários internacionais
Muito glamour


Destinos
Romance e suspense
Sagas. Trilogias.


Jessica
Sensualidade
Sofisticação
Heróis internacionais

sábado, 29 de novembro de 2008

As Origens do Romance


“(...)Vê cá a costa do mar, onde te deu
Melinde hospício gasalhoso e caro;
O Rapto rio nota, que o romance
Da terra chama Obi; entra em Quilmance.”
(Luís de Camões, Lusíadas, canto X, 96, 5-8)


Romanço ou romance, assim se nomeavam as variantes locais do latim vulgar, que se desenvolvem após a derrocada do império romano entre os séculos V e IX. A locução adverbial romanice loqui, literalmente, “falar à moda românica”, ou seja, a fala plebéia e popular, por oposição a latine loqui, “falar do jeito latino”, vale dizer, na linguagem oficial da regra culta.

Romanço (romancium) forma-se por substantivação do advérbio romanice e apresenta desenvolvimento semântico bívio: de língua vulgar, forma corrupta e divergente da fala romana, passa a designar a “fala popular de um país” de um modo geral; por outro lado, romance evolui também para “poema narrativo composto em língua popular” ou “conto, canção e narrativa em prosa”, noção hoje predominante.

Na primeira acepção, atualmente em desuso, vai acima o verso camoniano (é de notar no mesmo fragmento o uso de ‘rapto’ no sentido original de ‘rápido’); da segunda vertente, ainda transparece o antigo sentido em vocábulos como romanceiro, “coletânea de cantigas e contos folclóricos”.

Pode-se falar propriamente de romances hispânicos (o português é transformação do romanço galego-português), romances italianos, romances gauleses e assim por diante. Caso se mantenha como língua franca da Web, especula-se que o inglês ― língua de estrutura gramatical simples e regular, além de riqueza léxica ― pode vir a originar diversos dialetos locais ― novos romances.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Em quem você quer tocar e ser tocado?

Para que possa sair do lugar seja parado ou andando, ou seja romper a barreira da inércia é necessário que suportemos um pouco de atrito com algo, um carro só sai do lugar através do coeficiente de atrito entre a roda e o asfalto. Da mesmo forma quando temos de iniciar um projeto é bom que por um momento deixemos as armas da critica e deixemos ser tocados por aqueles que querem nos tocar.Caso contrário ficaremos em nós mesmos sem sentir em ultima hipótese a nossa presença que se reflete no outro. Não nos reconheceremos através da alteridade,reafirmando o narcisismo infantil do espelho que continua nos assombrando.nâo escrevo babaquice então o "Pau que fode a buceta é o mesmo que por ela é fodido".

domingo, 23 de novembro de 2008

TVENDOPASSAR




mim
caminhando na multidão
por um breve instante
uma mulher
reflete o odor da vitrine
painel sinestésico, êxtase
mediascape
todas as histórias
já foram vividas
cada um destes lugares
visitados
por todos



aqui só há signos
ultra-violência
mais-que-realidade
vida por procuração
(pain by proxy?)
ou reciclagem permanente



FIQUEI ASSIM
DEPOIS DE
W. BENJAMIN

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

os objetos agem



Se alguém numa madrugada tocasse
feridas recém-abertas
ou dissesse que estou preso a uma esfera
que nunca se rompe
nenhum poder se iguala àquilo:
um pássaro
durante seu vôo e a curva de uma pedra
arremessada
tem arabescos fluidos, redes disformes, riscos discordantes
balanço
o zumbido dos insetos transforma a duração
a dor
ocupa todo o pensamento, tudo
se move
de grau em grau
imaginariamente


Compreender aquilo a que estamos fadados significa estarmos conscientes de que isso é diferente de nosso destino.


Para operar no mundo
é preciso entender
como o mundo opera

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

sábado, 15 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

DISSIMILITUDO


no calendário
há os dias pretos e os dias vermelhos
em vermelho são as festas e feriados, nacionais e internacionais, como o Primeiro de Maio
os dias em preto são quase todos
os dias
a história acontece em dias pretos
mas é lembrada nos dias vermelhos



tive pena do cão magro na rua
vivi um romance no cruzar de olhares
dentro do elevador
com isso os dias pretos ficam pretos
sem compaixão, sem amor



recordar
é fazer passar de novo pelo coração
precisamos celebrar sem dia especial
qualquer micro-explosão do ser
realçar os pequenos momentos afetivos
amputar a seqüência neurótica que repete
gastos fantasmas



comemorar
(lembrar junto)
re-produzir memórias íntimas, compartidas



e então abandono a idéia de tempo como sucessão
de eventos
e já não sei mais que dias são pretos ou vermelhos


terça-feira, 4 de novembro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

Minh bich tinh pirdid e já ficou co vid

Foto de Lili, cachorra do Dez




eu misér tem curtin
ilôt tem cumen barrig chê
assim tinh pensam
eu já fez grand pecad
já deu pándig pu eu cumê e bebê
quand minh bôls ficou vaziu
vós num papiá par mim
fazê vós criad
e tud minh atli putli é d’ós

(dialeto Indo-Português de Damão)






Tradução:

Meu filho estava perdido, mas voltou com vida


misérias tenho curtido
outros comem e têm a barriga cheia
assim vinha pensando,
já cometi grandes pecados
vivi na pândega, comendo e bebendo,
até que fiquei de bolsos vazios
vocês não me ralhem
fazei de mim vosso criado
e ficai com todos os meus trastes

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

para conhecer o gosto da pêra é preciso comê-la



qual verdade
a minha mentira invoca
como garantia imanente?
quem é esse
ao qual estou grudado mais que ao meu corpo
mais que a mim mesmo
cimento/cemitério dos entes que me parasitam
do qual testemunham meus fetiches, calundus, covardias,
minha persona precariamente civilizada?


quem morre?
pergunta o verdureiro
aquele que usa máquinas
e é máquina em suas obras
tem coração de máquina
(por isso) perdeu a simplicidade


o que quer dizer
pensar?
se for não ter ainda desaparecido, digo que:
o meu desaparecimento é pior que todos os outros
(...)
a vizinhança com o ser
é apenas o parentesco mais radical


a dialética dos falsos objetivos
nega
que a ordem e a conexão das idéias
espelha
o caos e a dissolução
das coisas


Quem fala?
pergunta-fundamento
pressuposto político
revelação
ato de fé
daquele que mora
no Tao

terça-feira, 21 de outubro de 2008

 

"Salva Vidas Infindus-Infinito" obra de Tatiana Mayer

a vida humana comporta de fato a fúria de saber que se trata de um movimento de vem-e-vai da sujeira ao ideal, e do ideal à sujeira
(G. Bataille)
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sábado, 18 de outubro de 2008

Joinssance

Ultimamente tenho sentido um fardo ter de carregar livros,cadernos,apostilas de exercício,xerox e aí vai,... nesta hora#agora#foi a primeira vez que comecei a imaginar um novo tipo de acesso ao gozo! De repente comecei a pensar no mundo onde os objetos se tornam palavras através da câmera(olho) que capta a imagem,e se a partir de agora ao invés de trabalhar somente em transformar palavra em outra subvertendo o siguinificante do significado original num processo onde a matriz continua sendo o hipertexto da palavra. Seria interessante incorporar outro plano no suporte matricial original-a imagem capturada pelo olho através da observação empírica no espaço urbano, descrever corpos femininos num american bar, por exemplo... Telas de quadros,cinema,arquitetura para descreve-los reciclarei meus cadernos e comprarei um pen drive e terei de juntar uma grana(vai demorar) para um notebook,juro nada por opulência mas como sou são paulino abedecerei meu significante-mestre, "livros são fadiga" para a carne .Minhas costas que o digam. Já até sei o que orto- marxistas vão dizer, que eu me vendi e algo mais. Não se trata disso, só quero estourar outra matrix, aliás matrix tem as mesmas letras que marx excetuando as letras t e i e e novamente. Aliás no filme a libertação da matrix é uma utopia onde neo seria lênin o primeiro numa série de rebeldes contra as forças do Capital que como no filme continua a cultivar seres humanos. Marx é o oráculo que instrui os rebeldes. Juro por deus que essa leitura foi espontânea e até sexual não tirei de nenhum livro.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

só me encontro quando de mim fujo ― o marinheiro camponês


Desenho de Leonílson
o mundo é gaiola
quadrilonga
pendente de um prego
(ao se tornar história
as pessoas reinventam seus pequenos códigos
inadmitidos no passado
quarto sem janelas
habitação de enredos e mentiras)


Conhecer é estar sempre migrando
por diferentes partes de uma cidade
que não se pode nunca conhecer
completamente


Mas sei que sonho é trabalho do tempo
é coisa ilusão
desde pequenininho que sou medroso
tinha medo alma
agora medo vivo


Neste caderno eu conto
coisa passada em minha vida
como na época não era retratista
colo figurinhas
cada figurinha representa
uma tristeza que comigo morava


as palavras nunca ficam satisfeitas
com o que são
e onde estão

domingo, 12 de outubro de 2008


um em dois,
o dois e o um
a forma primitiva se arranca do caos: enfrenta o nada
morte e peste
viva?
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sábado, 11 de outubro de 2008

dois céus, um claro círculo


Foto de Carlos Patrício

o guerreiro
e o carpinteiro
afiam os seus instrumentos de trabalho
o mestre de artes e ofícios
caminha à frente do estudante
aquele que atinge o Caminho
vê o Caminho em tudo


pena e espada
de comum acordo
+
aceitação resoluta da morte


‘vento’ é um nome para ‘estilo’
Nada, ou Vazio, é o nome da natureza ilusória das coisas terrenas


seja qual for o Caminho
não se pode apontar o que está visível
não há portal
nem interior


e então você começará a pensar nas coisas
com amplitude e discernimento
e a entender o Nada como o Caminho
sob este ângulo mais aberto
verá o Caminho como o Nada
sem o mal
sem virtude
sem existência
o espírito é vazio

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

ECLIPSE


Céu azul
lua amarela
possui numa noite à vir
um teto celestial
com um sorriso verdemente amarelo.

Nuvens no céu do alvorecer
parecem algodões a favor do vento
no claro escuramente céu
da noite domando o dia
com a saída do Sol
a lua é o “astro-rainha”
na noite das súditas estrelas.

O que seria da Lua?
Se não fosse o Sol a brilhar
na sua face escura.

Ao olhar para o céu
de dia não posso ver o Sol
cegar-me-ia
de noite exaltesso a Lua
embelezar-me-á

A vida das paixões humanas...
Roberta Caparroz, de "Meus poemas favoritos escritos num tempo obscuro"

sábado, 27 de setembro de 2008

a Bolha, a Bolsa e o Virgem Again®


Nasci, cresci, vivi ― e vivo ainda, até onde sei ― na Bolha. Uma das características mais salientes da Bolha é que ela não é visível para quem está dentro, pelo que demorei a saber da existência dela. Já para os que estão do lado de fora da Bolha, o problema mesmo é ser invisível. Havia aquele filme com o John Travolta, “O Rapaz na Bolha de Plástico”, ou clássicos como a “Bolha Assassina” com o Steve Mc Queen, mas nem assim a ficha caiu de imediato.

A Bolsa e o Virgem Again® ― assim mesmo, misturando inglês e português ―, também só descobri mais tarde na vida, na adolescência para ser mais exato. Naquele tempo havia todo um florescente mercado negro de revistas de mulher pelada, entre as quais as suecas eram as mais “liberadas”, com um nível de sacanagem comparável ao de uma novela das oito atual com problemas de Ibope. Porém, era nas similares nacionais que se via, às vezes em página inteira, os anúncios da pomada (vaginal?, peniana?) Virgem Again®.

Ao menos na minha lembrança, a embalagem do tal creme era azulada, com estrelinhas e letras brancas que alardeavam a promessa de retorno às primícias de Vênus. As estrelinhas, admito, talvez sejam cabriolas da memória, mas o causo é que, naquele então, desvirginar (se) era questão bem mais premente do que o contrário, de sorte que nunca encontrei quem houvesse experimentado as virtudes “revirginantes” do miraculoso produto.

Incrível que para abordar um assunto da moda me ocorram histórias da época em que os animais falavam e duas superpotências, EUA e URSS, disputavam o mundo. Nada restou daqueles anos dourados: animais, superpotências, EUA, URSS e, quanto ao mundo, bem... Pode ser que, como no caso do ungüento prodigioso, a Bolha e a Bolsa sejam entidades ao mesmo tempo corriqueiras e misteriosas, ou seja, tão fáceis de discernir em seus efeitos, quanto inacessíveis em seus mecanismos recônditos.

Prima facie, diria que a Bolha é o duplo da Bolsa, tanto é assim que ambas são, ou pretendem ser, cassinos virtuais que “precificam” tudo aquilo que interessa e todos aqueles em quem vale a pena APOSTAR. A Bolsa é o templo da verdadeira e única religião do ser humano: o jogo de acumulação, circulação e destruição de riquezas. A Bolha faz o mesmo com pessoas. Bolha e Bolsa confundem-se necessariamente, uma vez que atafulhar pessoas e coisas no mesmo balaio é a vocação atemporal de ambas.

A Bolsa e a Bolha têm andado ultimamente meio perrengues, mas não é doença de morte: o remédio é amargo, mas será pago pelos basbaques de sempre, papagaios de pirata que se acotovelam em volta do palco da jogatina. Por um tempo, Bolha e Bolsa vão aprender a viver descentradas, murchinhas, até mesmo um pouco vigiadas, o que, no fundo, só lhes fará bem: “emergentes” serão “alavancados”, o burguês de hoje vai ser o aristocrata de amanhã, a virtude pagará o habitual tributo ao vício e o resto o emplastro resolve. Lavou, tá virgem ― again!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

a história e o agora

a modernidade é marcada, notadamente, por grandes movimentos de masssas como as lutas pelos direitos domocráticos, pela amancipação nacional, pelo socialismo, pelos direitosciívis dos negros, contra o facísmo. Teorias sociais (como o iluminismo e o marxismo) buscavam explicar a totalidade dos movimentos históricos. A modernidade alcançou seu apogeu com o triunfo do capitalismo e da civilização industrial.
Pensadores como François Lyotard, Gilles Lipovetsky, Jean Baudrillard, Alvin Toffler, Daniel Bell, Christopher Last, Jacques Derridá e outros contribuiem para a idéia de que vivemos uma nova etapa na história: a era da p´´os-modernidade.
No ano de l989, foi lançado o livro, O FIM DA HISTÓRIA E O ÚLTIMO HOMEM, de autoria de FRANCIS FUKUYAMA, ilustre funcionário do Departamento de Estado Norte-Americano. O autor diz aque nunca mais haverá profundas transformações históricas. O capitalismo liberal é a sociedade final. A partir de agora, todos devemos esquecer as lutas políticas, os debates filosóficos e as realizações artísticas de vanguarda. Os conformistas de nosso tempo são únicos sensatos. Os jovens play-boys-mauricinhos, são os únicos heróis. Sendo o único objetivo da vida é fazer compras nos Shopping Centers, a balada, a bomba, andar na moda e votar nos candidatos liberais. Admiravél mundo novo?
Na civilização Pós-Moderna em que vivemos, o setor terceário (serviços) da economia, supera o secundário (industrial). A vanguarda não estaria mais na fábrica, nos motores e nas metalúrgicas, más nos computadores, nos istemas de informação e transportes, nas comunicações, na publicidade, nos centros financeiros. O proletariado, classe revolucionária da modernidade, simplesmente desaparece. Os robôs farão todo o trabalho braçal. Na Pós-Modernidade impera a cultura do simulacro. O que e isso? A simulação da realidade. Por exemplo, uma foto de uma mulher não é a realidade da mulher, más a simulação dela. No Pós-
Moderno o simulacro é essencial. A realidade se consubstâncializa, ou seja, perde a sua fluídez e importância. Vale apenas a superfície, a publicidade, a imagem criada. Na Modernidade compravamos uma roupa por sua qualidade e seu preço. Na Pós-Modernidade, é mais importante ainda o que a calça simula. Ser o que é transmitido pelo sígno da marca, da friffe famosa e o que ela transmite; um tipo de personalidade (que usa aquela roupa, aquela marca), uma postura, um nível social, etc..
A realidade é cada vez mais virtual, ou seja simulada. Veja bem o simulacro não é uma ilusão, é um outro tipo de realidade, por isso chamada de virtual, quando uma pessoa caça monstros num computador, ela realmente tem as mesmas emoções que teria se tivesse caçando um monstro de verdade. Com um detalhe: monstreos n~~ao existem no real, mas certamente são bem vivos no espaço virtual. Através das redes de comunicação por computaror há pessoas que se conhecem e namoram sem jamais terem se visto na vida. O amor e o sexo Pós-Moderno são simulação também. Porque mesmo que você esteja em contato físico com alguém, no fundo estará fazendo amor apenas consigo mesmo. O outro só existirá para confirmar seu universo narcisístico. Por nosso olhar, a questão de fundo, que sempre aflingiu a humanidade, foi e é, que as revoluções e os avanços tecnológicos produziram, sempre, concentraç~~ao de riqueza nas mão de poucos eleitos, levando bilhões de seres humanos a serem ameaçados pela miséria, pela destruição ambiêntal e pela guerra. Talvez seria o caso, agora, de perguntar-mos ao sr. Fukuyama, funcionário de Departamento de Estado Norte-Americano, se os bilhões de flagelados caibam em seu escítório refrigerado.

domingo, 21 de setembro de 2008

a vida imita a arte

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Quando a Dra. Nise da Silveira retomou seu trabalho (depois de oito anos de prisão por possuir alguns livros sobre marxismo), as novas técnicas eram o eletrochoque e da insulina. Ela ficou escandalizada pq levavam o indivíduo a um estado de coma. Na contra-mão, propôs a abertura de espaços, a criação de sala de estar e passou a se interessar pela terapia da atividade. Se os manuais de psiquiatria diziam que não havia perspectiva para o psicótico, sua convivência no hospital mostrava que o louco extrapolava o escrito. Ela organizava festas e eventos na enfermaria e as pessoas ficavam espantadas em ver participando doentes que até então se mantinham constantemente alienados. A partir do momento em que a psicose ganhou escuta, tornou-se necessário re-interrogar a identificação primária e reencontrar os caminhos pelos quais o funcionamento psicótico se estabelece na constituição do sujeito. O psicótico procura certificar-se de uma presença em torno da qual seja possível um espaço de inscrição. Sabe-se da importância da cultura na construção da identidade do sujeito mas como dizia o companheiro Godard: cultura é norma, arte é ruptura!

os laços selenes de Idoru



Então me digo:
“acabo de ouvir um grande sino”
pelo tamanho do objeto sonoro
vejo o que não vi


O presente ensina bem mais que projetos futuros


Assim certos cromos
em que verdes, vermelhos, lilases, azuis, matizes
que exalam aromas compostos


Os vestígios do futuro apaga-os o passado
Perguntar para quem o destino?


Acendo um fósforo molhado de ciúmes
alguém me pede um beijo ― é Carnaval
Sigo cabreiro na rua é quarta-feira
tenho uma carta dela no bolso
que vale muito mais do que nós dois
realmente vivemos
muito sós


Procurara fundar uma casa primeira
que tivesse acesso à superfície do mundo
e um contato com o negror das regiões
definidas-indefinidas-veladas-reveladas-mágicas


Uma percepção construída pode guardar além de si
princípios que lhe sejam estranhos?


Never explain, never complain


traição, inveja, cobiça, calúnia, egoísmo
verdade, luta, lealdade, humildade, solidariedade
decisão
Falar, agir, são embaixadores da vontade
portando uma mensagem fatal:
Rosenkrantz e Guildenstein


Tome-se, por exemplo, a forma:
inconsciente auto-retrato
em meio a um ambiente de complexa sofisticação
fragmentada em segmentos cambiantes
a conjuntar frêmito e traço, gesto e estrutura
tesão e terror


Sigo cabisbaixo indisciplinado
a receita vitoriana de não dizer, não transparecer
não sentir, não perder os estribos, não ligar para
o timbre do sino
a ressoar
grave
distante


Procuro-te sem nunca ter visto o teu rosto
numa poça d’água
purificada da minha tristeza que diz: “Nunca mais”
Por que foi que cheguei quando os seus desertos já estavam fechados?


O sonâmbulo com o seu infinito
bailando particular engonçado inocente
e eu creio que seremos brancos e feios
amontoados como pedras
feitas de momentos esparsos como a pontilhar o fortuito
giroflê, giroflá

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Mais real do que a própria realidade

Não existe nada mais escroto do que a próprio real, neste final de semana assistindo um filme chamado "Closer, perto demais" tive um encontro quando essa instância nauseante do universo simbólico. O diretor brinca começando com uma narrativa romântica, bonitinha onde um escritor(Jude law) acha que pode comer duas ao mesmo tempo(Natalie Portland e Julia Roberts) e ficar numa boa, até que aparece um médico(Clive Owen) casa com a fotógrafa (Julia Roberts) e de quebra traça a stripper(Natalie Portland) o aspirante a escritor que gosta de brincar de mulherzinha na internet acaba ficando no cinco contra um. Esse é o destino do Don Juan, que Kierkegaard, analisa bem no seu diário de um sedutor, (camarada sem escrupulos que acha que mulé é brincadeira). Fantasia é bom mas um dia a casa cai.

sábado, 13 de setembro de 2008

SE BEBER ME CHAME


Sci-Fi surreal: estamos cheios das máquinas razoáveis, do siricotico das engenhocas, das arquiteturas moles; cibernéticas sencientes no ápex da neurastenia, do desfalecimento. (Se nos parecemos mais e mais aos autômatos é que o cachorro se parece com o dono.). Sistemas sofrem as agruras da inteligência enquanto (porque) falham ― estes os fatos. Trecos que desabam sobre si mesmos como se tivessem alma! A convergência traz adventos técnicos, as multicoisas (a camisinha musical, p. ex.). Lava-louças com o autêntico sexto sentido: objetos que sentem, se adaptam e controlam suas funções, melhorando o próprio desempenho. Por uma pequena fortuna, um chuveiro que deixa a água maior, mais leve e macia. O ruído branco da cidade secreta
uma camada de nano-circuitos integrados,
novíssimas midiopatias adestram infra-signos,
nos hipermercados cada gôndola mira um neurossinal específico,
enquanto isso,
polígrafos registram espectros de reis barbudos
.

Porque o novo mundo é play(mas também: Ctrl+Alt+Del).

Última Voz


Em outro lado
Em outro som
Em outra vida
Em outra época

Apenas...
Apenas...

O último sopro de um canto sem choro, de uma vida no esgoto.

Um poço
f
u
n
d
o

como um precipício
como um hospício
como,como,como?

Não sei saber, de nada sei.

Agora sou o nada e o tudo!
Poema de Roberta Caparroz

QUALQUER MÚSICA

Qualquer música, ah, qualquer
Algo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!

Qualquer música – guitarra,
Viola, harmônica, realejo...
Um canto que se desgarra...
Um sonho em que nada vejo...

Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida
Que eu não sinta o coração!


de Roberta Caparroz, extraído de "Minhas poesias favoritas que eu escrevi em um passado obscuro"

cachaça de burguês

domingo, 7 de setembro de 2008

Não Faças Mandingas de Amor


Pelas horas da manhã
podemos semear as esperanças
a moça bonita diz bom dia
a moça triste às vezes sorri
não seja tolo amigo;
pois à noite as estrelas brilham
e se caso a dor te visitar
não faças mandingas de amor.
Ontem quando adormecemos
esquecemos nossos sonhos vãos
porém é bom gosto acreditar
esperando todo mundo feliz
eu igual a ti, planto rosas
do jardim de bem-me-quer.
Quando choro igual criança
sei que um anjo me acorda
meu coração quase balança
porque o amor existe
e nós carregamos na lembrança
que a vida insiste.
Libni aos 22/08/2008

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

dasdoida




a globalização doidivana em cores

terça-feira, 1 de julho de 2008

segunda-feira, 16 de junho de 2008

ducor ou non ducor

 

 

 

 


ducor ou non ducor? eis a questão!
a vila de são paulo existe desde que um corpo se apropria do outro
apropriar-se ou deixar-se apropriar
e vc? como parafusa a vida?
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terça-feira, 10 de junho de 2008

o poder da santidade






coisas divertidas de fazer:
filmar no Trianon
viajar pra Jupiter e criar Jupiterpan
visitar Jesus na cruz

e tocar a vida como se nada havera
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domingo, 1 de junho de 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

quarta-feira, 28 de maio de 2008

saci

desci a escada e vi o saci, com vitiligo, pitando cachimbo
ele tava numa perna
só, pq a outra foi pra caçapa