domingo, 21 de setembro de 2008

a vida imita a arte

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Quando a Dra. Nise da Silveira retomou seu trabalho (depois de oito anos de prisão por possuir alguns livros sobre marxismo), as novas técnicas eram o eletrochoque e da insulina. Ela ficou escandalizada pq levavam o indivíduo a um estado de coma. Na contra-mão, propôs a abertura de espaços, a criação de sala de estar e passou a se interessar pela terapia da atividade. Se os manuais de psiquiatria diziam que não havia perspectiva para o psicótico, sua convivência no hospital mostrava que o louco extrapolava o escrito. Ela organizava festas e eventos na enfermaria e as pessoas ficavam espantadas em ver participando doentes que até então se mantinham constantemente alienados. A partir do momento em que a psicose ganhou escuta, tornou-se necessário re-interrogar a identificação primária e reencontrar os caminhos pelos quais o funcionamento psicótico se estabelece na constituição do sujeito. O psicótico procura certificar-se de uma presença em torno da qual seja possível um espaço de inscrição. Sabe-se da importância da cultura na construção da identidade do sujeito mas como dizia o companheiro Godard: cultura é norma, arte é ruptura!

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